23.7.05

Soneto do William

Quando a hora dobra em triste e tardo toque
e em noite horrenda vejo escoar-se o dia;
Quando vejo esvair-se a violeta, e que
a prata a preta têmpora assedia;
Quando vejo sem folha o tronco antigo
que ao rebanho estendia sombra franca
e em feixe atado o verde trigo
seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
Sobre tua beleza então questiono
que há de sofrer do tempo a dura prova
Pois as graças do mundo em abandono
Morrem ao ver nascendo a graça nova.
Contra a foice do tempo é vão combate,
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.



Tá no "O homem que copiava" e esses dias eu achei folheando uns livros.

Nenhum comentário: